
Para viver de verdade,
pensando e repensando a existência,
para que ela valha a pena,
é preciso ser amado; e amar;
e amar-se.
Ter esperança;
qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto,
sem rebeldias insensatas
mas sem demasiada sensatez.
Saborear o bom,
mas aqui e ali enfrentar o ruim.
Suportar sem se submeter,
aceitar sem se humilhar,
entregar-se sem renunciar a si mesmo
e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso
apaga-se a última claridade
e nada mais valerá a pena.
Escapar, na liberdade do pensamento,
desse espírito de manada
que trabalha obstinadamente
para nos enquadrar,
seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça
seja, a cada momento,
o melhor que afinal se conseguiu fazer.
Lya Luft
by
Rô